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terça-feira, 10 de novembro de 2009

CAUSOS QUE OS ALUNOS CONTAM E RECONTAM


Em meio às diversidades tecnológicas, o projeto se faz necessário para estimular a sensibilidade e a imaginação. Numa sociedade tecnológica, contar e ouvir histórias é a possibilidade mais libertária de aprendizagem. Na condição de educadores, a recuperação das narrativas populares é uma postura a assumir, pois, segundo Heloísa Prieto (1999, p.41):
Em plena virada de milênio, quando o professor ou aluno se senta no meio de um círculo de alunos e narra uma história, na verdade cumpre um desígnio ancestral. Nesse momento, ocupa o lugar do xamã, do bardo celta, do cigano, do mestre oriental, daquele que detém a sabedoria e o encanto, do porta-voz da ancestralidade e da sabedoria. Nesse momento ele exerce a arte da memória.
Talvez o ato de contar histórias, "causos", esteja se perdendo no corre-corre das cidades. Neste contexto, o Laboratório de Informática do CEJA Padre Antônio Tomás, pensando em resgatar esse fenômeno cultural, baseado na vivência e na experiência de vida dos alunos da EJA, através de narrativas de causos orais, vem com esse projeto desenvolver ações com os alunos da escola com faixa etária mais elevada a fim de dá continuidade a esse costume da nossa cultura. É o momento de experimentar contar e ouvir. Podem ser histórias vividas, podem ser histórias ouvidas, podem ser histórias contadas e recontadas de geração a geração.

CAUSO 1




O sabedoria do matuto


Certo dia Zé Ruela inventou de visitar um parente que morava em São Paulo. Comprou passagem,roupa nova,sapato de fivela,um cinturão de couro de teju,um chapéu amarelo de aba curta, maleta verde com papelão bem grande,forrada com espelho pregado por dentro da tampa e um lenço para enxugar o suor e limpar a poeira, como se ainda viajasse em estrada de terra.
No dia da viagem ele foi para rodoviária cinco horas antes,como se ainda fosse coisa de muita
dificuldade a arrumação das bagagens e dos passageiros. Que nada o ônibus passava por toda região pegando gente em tudo que era lugar. Quando o ônibus chegou quase lotado, não deu três minutos para os cinco passageiros subir e tomar seus assentos. Zé Ruela viu que sobrou uma cadeira ao lado do corredor. Na janela viajava um moreno avantajado, 1,90m,110kg, sobrando um pedaço da bunda pro lado da cadeira de Zé. Não tinha escolha,o moreno dormia chega roncava,e Zé Ruela se acomodou em um palmo de assento.
O ônibus saiu tomou a estrada rumo a São Paulo e lá se foi Zé em sua primeira viagem no conforto de um ônibus moderno correndo a 120 por hora no asfalto lisinho sem nenhum buraco. Ochê não deu uma légua de estrada Zê começou a inguiar ,aperreou-se,no esforço de querer alcançar a janela ,deu uma golfada de quase um litro de vômito em cima da barriga do moreno. Dormindo tava,dormindo ficou. Zé pegou o lenço,limpou-se,e ainda arrematou o resto da sujeira com um pé de meia. Quieto tava, quieto ficou. Não deu 10 minutos o moreno se acordou. Não teve demora, Zé é matuto, mas não é besta não. Com medo da desavença, foi o moreno se acordando e Zé Ruela perguntando: Meu fio tá mió, tá? Tá miozim, tá?


Causo de autor desconhecido
Recontado pela aluna Rosiane

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